quarta-feira, dezembro 05, 2007

"Não vá para a cama sem o Jô" , eu diria o contrário.

O etnocentrismo sempre tão presente nas sociedades, de modo geral, é uma visão do mundo, onde o nosso grupo é tomado como centro de tudo. A partir desta perspectiva etnocêntrica, todas as outras culturas são pensadas e sentidas, através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições. Certamente, esta visão é reduzida pelo próprio preconceito ,onde deflagra um mundo, cada vez mais, encoberto por injustiças e discriminações étnicas e sociais.
Sempre tive o hábito de assistir ao Programa do Jô. Mas, confesso que, ultimamente ,o programa tem se mostrado débil, no sentido , de fomentar através de um canal de televisão que, por sua vez, atinge milhares de pessoas, o preconceito tanto na questão de gênero como na questão racial.
Bem, entre as porcarias já apresentadas no programa, recentemente, há uma que supera , onde chega a beirar o ridículo. Nele, um tal de Rui Moraes e Castro, fala sobre a vida sexual das mulheres de Angola .
O sarcástico apresentador para arrancar risadas da platéia , constrói piadinhas grotescas e imbecis sobre as mulheres angolanas e suas tradições culturais.Ridicularizando-as.
O público, na maioria constituído por "universitários", compõe, juntamente, com o entrevistador e o entrevistado o cenário bestial da arrogância e da indiferença humana . Eles riem, ou melhor, grunhem dessas tradições.
Palavras grosseiras proferidas pelo entrevistado como , por exemplo, " larga" ao se referir a uma mulher angolana, demonstram o teor da entrevista .

Aqui está um pequeno trecho do comunicado da Embaixada de Angola:

"Com a manifesta conivência do entrevistador, aparentemente apostando em estimular índices de audiência, recorrendo ao primarismo do culto ao bizarro, o entrevistado deturpou e manipulou tradições culturais e costumes locais, dando-lhes colorido anormal (...)
Neste caso, milhares de brasileiros, que porventura tenham assistido ao programa, foram atingidos pela ignorância de um entrevistado que, em linguagem exibicionista, permeada de preconceitos raciais e culturais, interpretou, de acordo com os seus próprios padrões, hábitos e costumes locais. "



Agora, assistam ao vídeo:



Nota: Não esqueçam de deixar o precioso comentário de vocês, pois faço questão de lê-los.

9 comentários:

Anônimo disse...

Confesso prima que não me dei o desprazer de ver tal entrevista...Realmente o Jô se acha muito "engraçado" e acima de qualquer "erro"...É uma tristeza ver que nossos programas de tv só se preocupam com audiência, deixando de lado A ÉTICA E O RESPEITO pelo próximo...Parabéns pelo texto.Bjsssss

Anônimo disse...

É interessante sermos criteriosos ao ecolher um programa para assistir. A televisão se fosse melhor utilizada seria um ótimo canal de informação e educação.
Parabéns pelo blog!

Anônimo disse...

Que horror!
Já havia parado de assistir a este programa .

Um abraço!

Anônimo disse...

A mulher sempre foi discriminada, se ela é negra, pior ainda!
Que cara babaca, esse tal de Raul....

Anônimo disse...

Saca só... a discriminação é reflexo da ignorância ... Infelizmente, ainda existem pesoas com esse tipo de mentalidade.
Um abraço!

Anônimo disse...

Que coisa! O nosso país reúne diversas etnias, porém é de assustar o preconceito e a falta de tolerância em relação ao outro. Ninguém é melhor que ninguém!
Parabéns pelo texto.

Anônimo disse...

Que legal encontrar este blog!

Irei visitá-lo mais vezes!

Anônimo disse...

Depois dessa, irei pensar duas vezes em assistir a este programa.

Anônimo disse...

Quem? Eu ,dormir com o Jô??? Minha cama é pequena e frágil... Nem pensar (risos)

Eu ajudo a mudar!

Uma música, um instante, um convite...

Trilha Sonora da Semana Led Zeppilin