Há tempo para tudo!

“A pressa é inimiga da perfeição”. Vivemos na correria do dia-a-dia. Não temos tempo para quase nada. Principalmente, no que diz respeito aos relacionamentos. O nosso tempo se restringe em ganhar mais e mais dinheiro, ter poder, ter posses, ter e ter. O ter agiganta-se diante do ser. Ser ou não ser, ou melhor, ter ou não ter. Eis o grande dilema. Enquanto isso, em meio à fogueira das vaidades, nos deflagramos, cada vez mais, mergulhados numa lama de valores que divergem aos propósitos de Deus.
Como podemos estreitar os laços de família, de amizade ou de companheirismo, se não paramos, para se quer, ouvir o que nosso próximo nos tem a dizer. Presos às teias de valores e significações de uma sociedade que apregoa o egoísmo, o ter a todo custo e susto.
Somos reféns de nós mesmos, das nossas vaidades que nos dilaceram e nos deixam mais afastados das pessoas e conseqüentemente de Deus.
Infelizmente, para muita gente, celebrar a vida, reservar parte de seu precioso tempo para prestigiar um amigo, demonstrar amor para aqueles que convivem é perca de tempo. Tenho que ganhar dinheiro, não tenho tempo para bobagens! Isso? É para quem não tem o que fazer.
Há muitas barreiras, obstáculos, montanhas de dificuldades e desculpas vazias de sentido quando se trata de abrir o coração para os amigos, irmãos, família e para demonstrar amor e alegria. A maioria das pessoas está muito cansada para se movimentar na direção um do outro e se tocarem, se abraçarem. Os seres humanos se desumanizam e se coisificam (tornam-se coisas) cada vez mais, por essas razão se cansam; estressam-se.
Deus, na sua infinita sabedoria, deixou ao encargo Dele, o amanhã. A cada tempo, o seu tempo. Quero, aqui, citar um trecho bíblico que fala, exatamente, sobre a questão de administrar melhor o nosso tão precioso tempo:
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz” - Eclesiastes 3.1-8.
“Quero escreve-te como quem aprende”, disse Clarice Lispector. E, eis que percebo, que o meu precioso tempo, nesse breve instante, através das palavras, na nudez dos meus sentimentos se fez mais tempo.