Nem só de Cama Vive a Mulher

Nem só de cama vive a mulher. Vive de salvar vidas , administrar negócios e tornar sonhos reais. Em resumo, a mulher ocupa os mais diversos segmentos sociais, outrora, jamais pensados. Muito embora, tenha conquistado seu espaço a trancos e barrancos, infelizmente, persistem na mentalidade e nas práticas diárias retrógradas  e machistas que a mulher é algo para se "comer" e, se não bastasse, para ser também "bebida" .


Como não demonstrar minha indignação diante do que é veiculado pelos meios de comunicação? O que se vê através das propagandas de bebidas alcoólicas é a "coisificação" do feminino, ou seja, a banalização do corpo da mulher. A mulher como mercadoria de consumo. E o pior de tudo é que, a própria mulher (algumas) se permite a tal sandice e, comseqüentemente, alimenta ainda mais o imaginário masculino.

Atrizes semi-nuas expõem seus seios siliconizados e bunda ( me desculpem o termo, mas não encontrei outro melhor que se ajuste a este cenário tão sem criatividade construído para o público masculino) e, desta forma, são colocadas num único pacote "sexo e droga" e com endereço certo, o consumidor alienado. Os produtores destes comerciais negligenciam no sentido de ajudarem a fomentar uma ideologia machista e no aspecto mercadológico. Afinal, as mulheres também não consomem cerveja?

Nada contra o nu. O que sou verdadeiramente contra é com a forma que o nu nos é apresentado por estes comerciais ou revistas masculinas. Imagens impregnadas de ideologias estigmatizantes que conferem à figura feminina a qualidade de objeto sexual. Nas propagandas de cerveja , a mulher é a própria cerveja. Ela está, ali, para ser "consumida", "bebida" passivamente. Não lhe é permitido dizer uma única frase inteligente. Está,  unicamente para saciar a sede do "homem das cavernas"  ou melhor, do troglodita que pensa que a mulher é meramente objeto de prazer sexual. Que estapafúrdia mentira. É claro, que nem todos possuem esta mentalidade atrasada. Ainda bem, né?
Gente, nestes comerciais podemos perceber a violência contra as mulheres , no seu aspecto mais velado , camuflado. Através das piadinhas " inocentes", ajudam a perpetuar no imaginário social a idealização da mulher objeto. E nesse vaivém de peitos e bundas siliconizados, nada é feito para mudar este teatro de absurdos protagonizados por  marqueteiros sem escrúpulos. Infelizmente, tudo acaba em pizza neste país,  ou melhor, em salada de frutas. Temos a mulher melancia, a mulher mamão, mulher moranguinho e sabe-se lá o que mais....