
Adoro ir ao cinema.
Principalmente , quando trata-se de assistir a filmes com boa direção e roteiros inteligentes. É puro deleite!
Neste final de semana, após uma tentativa frustada de reunir alguns "furões" para ir ao cinema, resolvi assistir 300 do diretor Snyder e produção de Frank Miller. Não havia lido, ainda, nenhuma crítica sobre o filme, o escolhemos por vários motivos: o horário, a falta de opções melhores e curiosidade(muita gente gostou).
Enfim, tudo estava perfeito: filhos em segurança, companhia maravilhosa... e pipoca, muita pipoca... Antes é claro, para aguardarmos o horário da sessão(21h), fomos jantar uma deliciosa comida chinesa. Afinal, ninguém é de ferro...
Lá, na sala de projeção, logo de cara, vimos uma criança acompanhada por um adulto. Ficamos um tanto incomodados, pois as cenas estão censuradas para menores de 16 anos, por conterem violência e outras "coisitas" . Expomos a situação para o cidadão, o mesmo compreendeu e se retirou . Acredito que o garotinho não gostou muito da idéia, deve nos ter chamado, no mínimo, de estraga prazer, rsrsrsrs!
Há quem fale que o filme tem um "Q" de misoginia. Realmente, é um tanto homoerótico , com homens seminus, apenas com uma sutil sunguinha, musculosos e óleo pelo corpo.
Nada contra os gays, pelo contrário, são pessoas inteligentes, que cumprem com seus deveres cívicos, pagam seus impostos e como qualquer outra pessoa merecem o nosso respeito.Mas, que é meio misógeno é notório...
As cenas da batalha comandadas pelo rei espartano Leônidas( Gerard Butller) são assustadoras:Cabeças decepadas, orgãos mutilados que compôem um cenário sanguinário .Percebe-se através da mídia uma estética da violência. Você sai do cinema querendo ser um espartano.Preocupa, hoje, a violência na mídia que já se tornou corriqueira .Quanto ao roteiro , sem tantos brilhos: rinoceronte que aparece do nada e a definição nítida de mocinhos e bandidos . Neste sentido, seria salutar mostrar os dois lados da moeda. O que se viu, ali, foram
os persas como os sanguinários.
Típica da reação de Bush: tratou de definir o lado do mal(árabes- representados pelos persas) e os representantes do bem, os salvadores( EUA), ou seja, os espartanos . Mas, a arte imita a vida ou vice-versa, não é o que dizem por aí? Parece até piada, no filme, a rainha espartana tenta, no senado, conseguir apoio para a guerra. Tal situação me fez lembrar Bush pedindo apoio político para invadir o Iraque. Conincidência??
As filmagens parecem com um jogo de "vídeo game" com suas fases e dificuldades.
Frank Miller inovou quando trouxe para a tela do cinema o formato de desenho. Nunca havia visto , achei inovador. No mais, a atuação de Rodrigo Santoro como o rei Xerxes foi boa, nada de espetacular.
Agora , o que realmente me fez ficar "presa" à cadeira, foi a narrativa ao longo do filme. Me fez pensar que estava lendo um livro, assim, deixava minha imaginação fluir, através de um espaço curto de tempo, ao fechar os olhos.
Nota? Assistam ao filme!